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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Poesia gotica


Omaira

a montanha furiosa
em convulsões coléricas
vomitou a ira da terra
sobre a planície
fogo e gelo
água e terra
lama e lágrima
soluço e dor

oh, dor!


"porqué arrestame, tierra mia?"
"porqué, Dios mio?"
"no és justo."


não, não é justo, preciosa!
menina, divina.
a terra é pouco pra ti
teu espírito é elevado.
anjo,escuta!
eis o mistério do amor maior.


vem,vem Omaira!


o berço do amor maior te espera
e nele foi preparado um lugar que é teu.
anjos não devem habitar esta terra suja
e, qual ironia, divina menina!

qual ironia!

deixa sob essa terra o que fútil
toma a plenitude
sem limites da vida

"mami, papi, se me escuche..."


sim, divina menina, todos escutam e sorriem


estás vindo!
estás vindo!

e ninguém poderá evitar

é a impotência mundana


infinitas vezes louvada seja a resolução divina!
agora és eterna.
viva a eternidade dos sonhos divinos, Omaira.

"cada estrela do céu Deus a chama por seu nome"

e Deus chama sua estrelinha "Omaira"
que tem brilho próprio e que jamais apagará.
vive, eterna menina.
és a estrelinha de Armero, que brilha para o mundo.

Calafrios

Transpiro de pavor, o medo me percorre a espinha...
Alastrando-se dentro de mim o calafrio que me habita.
Faz frio aqui dentro...
Pedra de gelo...
Holocausto e fobia.

Rezo um terço, rogo ave-maria
Com as mãos tremulas segurando as contas frias,
Dedilhando em cada prece, suando frio,
Clamando pela luz divina.

Calafrios...
Que me percorrem a espinha,
Pelas preces não ouvidas,
Querem calar meus lábios,
Secar minha boca fria.

O terror me imobiliza,
Imóvel eu fico buscando uma saída
Olhos paralisados no tempo
Lágrima congelada e aflita.

Choro sangue por dentro
Que me escorre pelas vísceras
A dor que emana em mim é cruel e ímpia.

Calafrios...
O Pai da Luz te excomunga
Para que a fé sobreviva...
Neste peito congelado
Que ainda resta vida.

Leni Martins


Desato os nós no emaranhado dos dias
cruzos os desafios, não me entrego a covardia,
a força que me mantém é a esperança que me guia

A luz que me ilumina
é a chama que trago em meu peito
sempre acessa e viva.Nada me detém,
nada me crucifica,
suplico aos céus
suplico pela vida
Eu grito no infinito...
rogo pelas dores com a voz de um aflito!
De joelhos eu não me entrego
neste chão de labirintos.
Não quebro, não me estilhaço
feito cacos de vidro,
eu me refaço me fortaleço
livro-me das correntes do medo
livro-me do malifício
O PODEROSO CAMINHA COMIGO
FAÇO O SINAL DA SANTA CRUZ
LIVRANDO-ME DOS INIMIGOS.

Longe de mim mesmo!

Estou longe de mim mesmo,
Vagando em pensamentos,
Oprimindo meus sonhos,
Desprezando meus desejos.

Longe das fantasias,
Longe dos entusiasmos,
Vivendo a realidade
Sobrevivendo de um passado.

Estou longe de mim mesmo,
Vivendo o que mais temo,
De corpo cansado e alma morrendo!
Olhos vendados, pés amarrados
Punhos fechados, amargo veneno.

Longe de mim mesmo!
No suicídio dos meus dias,
Eu vou me entorpecendo,
Matando as alegrias,
Matando-me por dentro.

Estou muito longe!
Muito longe de mim mesmo

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